Alimento roxo é sinal de saúde
ROXOS de saúde
Os alimentos de cor roxa possuem uma substância chamada antocianina, que protege nosso corpo contra infecções, combate os radicais livres, afasta tumores, doenças vasculares e até age contra a obesidade
O repolho é uma hortaliça que se destaca como fonte de vitamina C e também fornece vitaminas B1, B2, E e K, além de sais mirerais como potássio, cálcio, fósforo, sódio, enxofre e ferro. O repolho é um alimento rico em fibras, porém seu consumo pode causar flatulências (acúmulo de gases no tubo digestivo) e, em algumas pessoas, dores abdominais.
Cada 100 gramas de repolho contém cerca de 18 kcal, sendo assim uma hortaliça pouco calórica, ideal para regimes em que se deseja perder peso.
Para acertar o cardápio e manter o organismo saudável, a boa pedida é colocar alimentos roxos no prato. Berinjela, repolho e cebola roxos, uva, jaboticaba, amora... são alguns desses alimentos indispensáveis.
Alimentos arroxeados contêm antocianina, um tipo de pigmento ligado à vitamina B1 que é essencial para a transformação do carboidratos e outros nutrientes em energia.
A falta da vitamina B1 pode causar insônia, fadiga, nervosismo e irritação. Além da vitamina B1 os alimentos arroxeados tem licopeno, ácidos linoléico e ferrúlico que são substâncias antioxidantes. Ajudam a reverter processos inflamatórios crônicos, protege de doenças cardíacas e fortalece veias e artérias.
Nesse grupo, cabe um destaque especial à berinjela que ajuda a reduzir o colesterol,gorduras do fígado, tem ação laxante e diurética. Viva a berinjela!
Estudos recentes mostram que as antocianinas, esses pigmentos poderosos visíveis na casca, mas encontrados também na polpa de alguns vegetais , são capazes de livrar as nossas células da sombra de diversos problemas.Essas substâncias protegem as plantas de infecções e outros danos, diz a farmacêutica Neuza Hassimotto, pesquisadora do Laboratório de Química e Bioquímica dos Alimentos da Universidade de São Paulo. E, no nosso organismo, elas realizam a mesma façanha só que de uma maneira diferente.
Se a ciência já se encantava com seu poder de fogo contra os radicais livres, moléculas produzidas pelo próprio corpo cujo excesso está na raiz dos males degenerativos, outra novidade faz o componente saltar aos olhos: ele carregaria uma ação antiobesidade, garantem pesquisadores da Universidade de Chubu, no Japão (veja no complemento as frutas ricas nas benditas antocianinas). As antocianinas podem controlar a expressão das adipocitocinas, moléculas produzidas pelas células de gordura, conta a SAÚDE! o líder da pesquisa Takanori Tsuda. Traduzindo: ao contribuir para que essas substâncias fiquem em equilíbrio no corpo, é possível evitar a sobra de gordura e a resistência à insulina, o mal que deflagra o diabete tipo 2.
Os pigmentos que dominam a paleta de cores de vegetais pertencem, na realidade, ao grupo dos flavonóides. Mas são bem diferentes de seus parentes entre eles, as isoflavonas da soja e as catequinas do chá, porque absorvem a luz solar e a devolvem assim, roxa de tanta saúde.
Como agem
Como todo membro da família flavonóide, as antocianinas contam com uma turbinada propriedade antioxidante. Para entendê-la, é preciso lembrar, antes de mais nada, que em todo o corpo são formados naturalmente os radicais livres, moléculas instáveis que perambulam pelas células e que, quando nossas defesas baixam a guarda, podem danificá-las. A poluição, a radiação ultravioleta e o cigarro, por exemplo, estimulam sua proliferação, num processo conhecido pelos especialistas como estresse oxidativo.
E aqui entram as substâncias roxas. Elas doam elétrons a esses radicais, estabilizando-os e impedindo que provoquem alterações nas células. Daí pinta sua capacidade de reduzir o risco de um câncer. Os radicais livres se formam também no DNA, conta Neuza Hassimotto. Quando o organismo está em desarranjo, eles podem atingir uma seqüência do código genético que acarretará no nascimento de uma célula pré-cancerosa. Então, ao multiplicar-se, essa unidade modificada lança as sementes para um tumor. Para barrar esse processo, a atividade antioxidante das antocianinas é maior do que a das vitaminas C e E, diz a doutora em ciência dos alimentos Leila Falcão, pesquisadora da Universidade Estadual de Ponta Grossa, no Paraná.
Além disso, os compostos que colorem amoras, uvas e repolhos roxos são capazes de minimizar estragos causados por inflamações. Isso porque inibem enzimas essenciais ao processo inflamatório, afirma Neuza. Ao somar essa ação benévola ao efeito antioxidante, as antocianinas não só retocam nosso corpo como o protegem de doenças cardiovasculares. E, por falar nas encrencas que detonam os vasos sangüíneos, estudos ao menos com ratos - revelam que os pigmentos conseguem dar um basta ao excesso de gorduras no sangue.
Orientei um trabalho que constatou, nos animais que ingeriram antocianinas, uma redução de 48,62% na concentração de colesterol e de 30% na de triglicérides", conta Tânia Toledo de Oliveira, professora da Universidade Federal de Viçosa, em Minas Gerais. O efeito é superior ao de medicamentos. Não à toa, a equipe da pesquisadora já estuda a produção de remédios com base nesses compostos naturais. Aliás, eles ainda impediriam a oxidação do LDL, a molécula que transporta o colesterol para todos os órgãos e, sem ser oxidado, o colesterol que sobra não consegue se fixar nas paredes das artérias, gerando as temidas placas
Ora, as antocianinas, assim como todo o exército de antioxidantes, são caras à prevenção de males como o Alzheimer. Nessa doença, aumenta a quantidade de radicais livres e de uma proteína chamada betaamilóide, relembra Tânia Toledo de Oliveira. Essa tal proteína, ao lado dos capangas radicais, podem degenerar de vez as células nervosas. Mas os pigmentos roxos são capazes como provam alguns experimentos de dificultar esse ataque.
De quanto precisamos? A grande questão, que carece de uma resposta certeira até o momento, é a quantidade ideal de antocianinas que deve ser consumida no dia-a-dia para alcançar tantos benefícios. Como não existem medidas precisas, os especialistas aindaficam com o pé atrásna hora deprescrever uma cota diária. O teor de antocianinas depende da variedade da fruta e até da época da colheita, justifica Neuza Hassimotto. "Certa vez, ao calcular a concentração delas em amoras silvestres, percebemos que havia 250 miligramas do pigmento em cada 100 gramas da fruta. No ano seguinte, outra safra, o teor caiu para 150", exemplifica
Até que os cientistas cheguem à média de antocianinas de cada alimento e ao consenso de quanto deveríamos comer, pregam que o cardápio precisaria ter no mínimo uma porção diária de qualquer fonte. No café-da-manhã, dá para apostar numa torrada coberta com geléia de framboesa ou da brasileiríssima jabuticaba. Se preferir, assegure outra dose do pigmento preparando no almoço uma salada de repolho roxo ou de alface da mesma cor. No tempero, troque a cebola branca pela roxa. E, quando a berinjela entrar em cena, preserve a sua casca, já que é lá que estão as substâncias bem-vindas.
Quem quer investir nas frutas tem um prato cheio de opções para a sobremesa uma porção de morangos ou uvas do tipo Isabel, por exemplo. Sem contar que tanta cor, talvez você nem tenha reparado ainda, mora também em outras seções do supermercado. É que as antocianinas são usadas pela indústria como corantes, fazendo parte da fórmula de guloseimas, sucos em pó e certas gelatinas. Mas aí, em matéria dos benefícios descritos, o ganho é menor.
A melhor forma de consumir as fontes de antocianinas é in natura, enfatiza a engenheira de alimentos Gisele Alves, da Universidade de Taubaté, interior de São Paulo. Tudo o que destrói o tecido do vegetal interfere na quantidade do composto, explica Neuza. Aliás, saiba que na sua cozinha o problema não é tanto conservar a polpa no congelador, mas submeter o alimento ao calor. De qualquer forma, o importante é garantir os toques de roxo e dos tons que ondulam entre o vermelho e o azul em sua dieta. Assim as antocianinas vão ajudar suas células a trabalhar em harmonia, deixando o corpo todo em estado de obra-prima.
fonte saúde
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