O Bom Anfitrião

Você provavelmente já viveu uma situação similar à descrita neste bem-humorado texto publicado no The Guardian. O autor,Chris Neill, é um comediante inglês que também tem um blog sobre gastronomia. Ele conta como se sentiu ao ser convidado para um jantar entre amigos e ser massacrado com explicações e demonstrações dos conhecimentos gastronômicos dos anfitriões.

Achei o texto um aviso e um convite à autocrítica. Muitas vezes, na ânsia de colocar pra fora as novas descobertas culinárias, muitas pessoas se esquecem do principal sentido de uma reunião em volta da mesa: compartilhar. Compartilhar experiências (também as do fogão), conversar, relaxar, brincar… A comida em si é apenas uma (boa) desculpa e um catalisador do prazer de estar entre pessoas queridas. Pelo menos é assim que eu vejo.

Acontece que muitas vezes nos perdemos, como diz o texto, entre sais gourmet, panelas coloridas, taças Bordeaux e nos esquecemos de desfrutar de um clima informal e agradável – essencial para receber em casa. Não quero dizer com isso que tenhamos que ser desleixados com os convidados. Fazê-los sentirem-se à vontade também passa por preparar a mesa com cuidado, pensar nos detalhes e cozinhar algo especial. Eles vão perceber sua dedicação naturalmente, sem que isso se torne um assunto ou até mesmo um fardo.

Gosto muito das dicas da jornalista Chris Campos, do site Casa da Chris . Neste programa, da série “Almanaque das Festas Instantâneas”, ela fala em como arrumar a mesa de forma original e sem cair em clichês. Dá uma olhada:

Da próxima vez que fizer uma reunião em casa, fique atento para não passar do ponto. Traduzindo o final do texto do Chris Neill: “Então, como equilibrar esses fatos: servir uma comida variada e interessante, mas sem incomodar seus convidados com pratos que exigem tanto esforço, que os sabores são de desespero, com notas de casamento arruinado? Aliás, será que existe um menu perfeito? E será que se esforçar é realmente algo de que você gostaria?”. Pedir uma pizza, em alguns casos, é a melhor solução. Pense nisso.
Fonte: Blog de Carla Pernanbuco